sexta-feira, 24 de julho de 2009

Começando...

Sou Acreano!

O adjetivo já diz tudo. Sim, eu sei que, de uma "penada", mudaram para "acriano", mas ainda sou ACREANO.  E "do pé rachado".

Alguém nascido num tempo em que se sobrevivia. Um tempo em que se respirava o ar puro do mato, lá na Invernada (quem ainda se lembra?). Um tempo em que ia pescar lá no açude do Forte, ou no do seu Barata, ou no do seu "Zé Azul" e voltava com uma embiricica de carás, prá comer bem fritinhos com baião de dois (menos os maiores, que minha querida mãe comia na caldeirada).

Um tempo em que se sabia quem era de confiança; em que a palavra de um homem valia tudo.

Um tempo em que se era "acreano do pé rachado!"

Praia da Base - que alguns "cariocanos"(1) chamavam de "Copabase" - travessias do rio na praia (que nem praia era - só um raso no rio) do Tapinha, para "azarar" as minas da 6 de Agosto, lá na praia da 6 de Agosto. Eita, tempo lascado de bom!

Sempre tive vontade de escrever algo. Até iniciei um livro (ainda está no 4º capítulo). E, um dia desses, minha sobrinha Katarine me perguntou: "Tio, por que o senhor não escreve um blog?" Aquilo me fez pensar e decidir.

Bem, com a graça de Deus, quero comentar algumas coisas. A nossa HISTÓRIA, por vezes tão torcida ao gosto dos poderosos. A nossa História do Acre, muitas vezes esquecida. Além disso, o nosso dia a dia. O dia a dia de nossa cidade, que não é mais tão "nossa" - está cheia de alienígenas!

Ôpa! Por que "alienígenas"? Será uma contradição, se pensarmos na tão decantada hospitalidade acreana?

NÃO! Somos hospitaleiros, sim! E o coração acreano é como o coração de mãe - sempre cabe mais um! É que sempre me lembro do que meu querido pai (z"l') João Nicácio, o velho "seu João Bracinho do Colégio Acreano/Escola Normal" me dizia:

"Meu filho, a maior desgraça do Acre são os alienígenas. Eles vêm de fora, 'aterrisam' no Acre, enchem a burra e saem falando mal do Acre. E se portam como se só 'eles' soubessem das coisas. Eles se esquecem da sabedoria do acreano.

Mas, filho, nunca se esqueça que os maiores acreanos foram um paraense, um gaúcho e um mineiro. Porque eles vieram para ficar e somar, não para tirar e voltar..."(2)

Alguma hora, um alienígena vai criar caso com meu blog. Porque não sei ser subserviente. Sempre com educação, vou dizer o que penso. E alguém vai criar caso... Como dizem os nossos irmãos vizinhos - Qué hacer?

Seguir em frente, acreano do pé rachado!  Tomando açaí, comendo "baixaria" e passeando na "praça da Polícia"...

Obs:

(1) "cariocano" (acreano que acha que é carioca/acreano "doido" pelo Rio);

(2) Ele se referia aos governadores Dr. Hugo Carneiro, Cel. José Plácido de Castro e Gen. José Guiomard dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário